Justiça Federal determina que Ufal aceite matrícula de candidato autista aprovado em Medicina
24ª Banca Biopsicossocial negou que condições de Davi Ramon da Silva o classifica como cotista. Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Reprodução/TV Gaze...
24ª Banca Biopsicossocial negou que condições de Davi Ramon da Silva o classifica como cotista. Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Reprodução/TV Gazeta A Justiça Federal determinou, nesta terça-feira (17), que a Universidade Feral de Alagoas (Ufal) matricule imediatamente o jovem Davi Ramon da Silva no curso de medicina no campus Arapiraca, no agreste de Alagoas. Ele tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e teve a matrícula negada após uma avaliação da 24ª Banca Biopsicossocial (SiSu 2024.1). A reportagem do g1 AL entrou em contato com Ufal e foi informada que a universidade irá emitir uma nota, ainda nesta terça, sobre a decisão. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 AL no WhatsAPP De acordo com a Justiça, o impedimento da matrícula viola a lei 13.146/2015, que garante à pessoa com deficiência a igualdade de condições e oportunidades. “Eu fiz o Enem em 2022 e fiquei na lista de espera. Como a minha cota é de baixa renda, pessoa com deficiência e [estudante de] escola pública, teve uma pessoa que não foi aprovada na questão da escola pública, então ela acabou sendo eliminada. Foi quando eu fui chamado, entreguei os documentos, só que houve a greve e atrasou tudo um pouco mais”, conta Davi. Após as suspeitas de que Davi é autista a família procurou uma neuropsicóloga para fazer as avaliações necessárias e comprovar o diagnóstico. “Ele fez todos os testes, as escalas necessárias, escalas atualizadas, comprovadas e atualizadas e tem tudo isso dentro do relatório. Todas as informações, inclusive numéricas, tanto é que o médico fechou o diagnóstico e, de fato, o Davi tem o Transtorno do Espectro Autista nível I de suporte”, afirma a neuropsicóloga Juliana Setton. Outros casos Dois autistas aprovados em medicina na Ufal são impedidos de fazer matrícula O nutricionista Adilson de Oliveira, passa por uma situação parecida com a de Davi. Ele tem TEA, foi aprovado em medicina e também teve o direito à matrícula negado pela universidade e procurou a Justiça. "Um dos pontos que eles [integrantes da banca] mais questionaram foi a questão de eu ter uma família e conseguir trabalhar. Isso foi algo que me deixou mais indignado, não conseguir o direito a minha vaga porque eu tenho uma família e consigo trabalhar. Como se isso fosse um sinal que desclassificasse alguém que tem TEA e fizesse sumir todos os sintomas que eu tenho associado a esse diagnóstico", conta Adilson. Assista aos vídeos mais recentes do g1 AL Veja mais notícias da rgeião no g1 AL